É difícil a vida de um fã de Marina Lima. Por mais que se fique feliz que a cantora esteja segura o suficiente pra lançar um recomeço de carreira (“Agora começa uma história que não tem a ver com o passado que se tornou mera bagagem.”), quem se lembra da antiga Marina ainda sente falta de sua voz, que hoje, devido a problemas de respiração, dá a impressão de que a cantora está constantemente com falta de ar. Marina atribui sua nova fase criativa à sua mudança do Rio para São Paulo, o que talvez faça sentido. Como compositora, ela está mais sombria, menos solar, e suas composições tem cadências estranhas, arranjos dissonantes. Clímax é o primeiro disco de Marina desde 2006, e é o álbum que mais tem composições próprias da cantora, mas também contando com várias participações especiais. A música mais forte do disco, e a que abre os trabalhos – “Não Me Venha Mais com Amor” – Marina compos com Adriana Calcanhotto. A frenética “Lex” contem trechos de “Canto de Ossanha”, o clássico de Baden Powell, e sua parceria com Samuel Rosa do Skank soa um pouco como “A Cura”, de Lulu Santos. Infelizmente, sua colaboração com Vanessa da Mata é catastrófica; a música é estranha, a letra é inócua e as vozes das duas não se encaixam. A adição de “Call Me”, cover do standard que Tony Hatch escreveu pra Petula Clark em 1965, parece dislocada e sem propósito. No todo, uma brava tentativa, mas que infelizmente está longe de chegar a um clímax.
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