December 21, 2011

Três Marias Têm Disco Novo

Três cantoras de porte da MPB lançam disco nesse fim de ano, com resultados variados.

A primeira delas é a nova menina-prodígio da MPB, e protegida de Caetano Veloso, Maria Gadú, que explodiu no cenário musical em 2009 com seu disco auto-entitulado. Desde então, havia muita expectativa sobre o sucessor. Gadú foi pra Portugal gravar com Marco Rodrigues – um dos fadistas da nova geração – compôs em inglês e espanhol e conseguiu uma participação especial de Lenine. O resultado disso tudo está em “Mais Uma Página do Mesmo Livro”, lançado essa semana no Brasil. Infelizmente, essa página não acrescenta muito ao repertório de Gadú.



O disco é morno e as músicas não se sobresaem. Onde em seu primeiro disco ela esbanjava personalidade e criatividade musical, nesse Gadú retrocedeu - escondeu-se atrás da poeta, recitando versos ao som da guitarra (fado demais?). Muito bonito, bem produzido e arranjado, mas longe do fogo e exuberância exibidos em seu trabalho de estreia. Onde em seu disco de 2009 ela fazia uma cover incendiária de “A História de Lily Braun” de Chico Buarque e Edu Lobo, aqui ela transforma “Amor de Índio” de Beto Guedes numa romaria interminável. “Oração ao Tempo”, de autoria de Caetano Veloso, já virou tema de abertura da novela das seis, mas não acrescenta nada às várias versões já feitas para essa música. No material próprio, Gadú usa o dadaísmo poético do tio Caetano, mas acaba se levando a sério demais. Em inglês ela é ótima e sua voz “Cássia Eller” combina perfeitamente com seu sotaque yankee.

O que tem de bom: Linha Tênue, Long Long Time

Compre

O disco novo de Maria Rita, "Elo", sofre de muitos dos mesmos males que o de Gadú. Aqui também a energia é baixa, Maria Rita tendo optado por uma série de arranjos jazzísticos lentos que se confundem entre si. Aqui também a produção e os arranjos são esmerados, com vocais cristalinos e competentes, mas em músicas sem um quê especial. Esse é o primeiro álbum de Maria Rita em 4 anos desde seu último (“Samba Meu”) e soa como compromisso contratual (o que aparentemente foi). O disco tem várias regravações: ela desfigura “Menino do Rio” (mais uma de Caetano), depena “A História de Lily Braun” de Chico Buarque e Edu Lobo – que Gadú já tinha feito tão bem e há pouco tempo – e consegue fazer Djavan e Rita Lee soarem chatos. Vamos esperar que o novo projeto de Maria Rita, interpretando a obra de sua mãe Elis Regina, tenha um pouco mais de paixão e energia.


O que tem de bom: Coração em Desalinho (também tema de abertura de novela)

Compre

A outra Maria, a Maria da Graça Costa Penna Burgos, também conhecida como Gal Costa, foi a mais arrojada das 3, ainda que tenha mais de 40 anos de carreira que as duas “novatas”. O que faltou de inventividade às suas jovens colegas, Gal e Caetano (quem mais?) trouxeram à rodo para "Recanto". Sim, o novo disco de Gal Costa é baseado em batidas eletrônicas, mas não espere por nada muito dançante. O disco é dark, meio sinistro, com a voz de Gal iluminando por onde passa, como uma lanterna num quarto escuro. Caetano escreveu letras líricas e mordazes, algumas de suas melhores dos últimos tempos (“Neguinho compra 3 TVs de plasma, um carro GPS e acha que é feliz”) e Gal cantando funk tá bombando.


Mas vai ser difícil ela entrar numa trilha de novela. As músicas são um tanto inacessíveis devido ao experimentalismo digital com sons dissonantes e excesso de barulhos e interferências eletrônicas que muitas vezes distraem da voz de Gal. É como se no desejo de fazer Gal soar futurista, Caetano e Kassim (o outro produtor, que também ajudou Caetano a perder alguns fãs com “Cê” e “Zii e Zie”), acabaram indo longe demais na mesa de efeitos. Mas quando Caetano deixa a voz de Gal ficar em primeiro plano, como em “Mansidão”, uma electro-bossa nova, seu canto continua a encantar e fascinar e até transcender a tecnologia. Os resultados finais são mistos, mas pontos pra Gal por se arriscar a fazer algo diferente e pra Caetano, por continuar sendo Caetano.

O que tem de bom: Neguinho, Miami Maculelê, Sexo e Dinheiro, O Menino

Compre

December 18, 2011

Playlist December 17, 2011



Último programa do ano e com música nova e de talentos brasileiros no Canadá (Marco Castillo, Salviano Pessoa, Valter Barberini & Marisa Oliveira), e muita variedade de sons e ritmos. O Brasil Vital agradecede a todos os ouvintes que sintonizaram na 88.9 FM esse ano e fique de olho no brazilvital.com pra muitas novidades em 2012!

Last show of the year and new music from Brazilian talent in Canada (Marco Castillo, Salviano Pessoa, Valter Barberini & Marisa Oliveira) and a wide variety of sounds and rhythms from Brazil. Brazil Vital thanks all the listeners who tuned in 88.9 FM this year – keep an eye on brazilvital.com for news in 2012!

Gal Costa - Divino maravilhoso
João Donato - A rã
Marisa Monte - Balança pema
Pepeu Gomes - Eu também quero beijar
Luciana Souza - Sai dessa                       
Luiz Gonzaga & Elba Ramalho - Sanfoninha choradeira           
Paralamas do Sucesso - Ska           
Marco Castillo - O Ronco da cuica           
Salviano Pessoa - Ciranda
Bossa To Go - Meio desligado (Valter Barberini & Marisa Oliveira)
Carmen Miranda - Recadinho de Papai Noel           
Daniela Mercury - Maimbê dandá
Rita Lee - Corre-corre

December 14, 2011

Luanda Jones apresenta projeto de inverno em Toronto

 
Luanda Jones nasceu na música brasileira. Seu pai, Luis Moreno, tocou como baterista de Elis Regina, Raul Seixas e Luis Melodia, entre outros. Sua mãe, Irinéia Ribeiro, é compositora de músicas gravadas por Tim Maia, Jane Duboc, and Cauby Peixoto, entre outros. Luanda cresceu nesse meio musical e desde criança já cantava e se apresentava. Hoje, morando no Canadá, Luanda continua a criar música e compartilhar com os canadenses os sons brasileiros que ela cresceu ouvindo. Dessa vez, ela se apresenta no clube de jazz The Trane Studio com convidados.

Para ler o artigo completo visite o OiToronto.ca

Para a entrevista de Luanda no programa Brazil Vital, escute o show dessa semana.

December 11, 2011

Playlist December 10, 2011



Nesse programa tivemos a cantora brasileira residente em Toronto Luanda Jones falando de seu novo projeto e contando um pouco de sua história musical. Além dela Gal, Ivete e Joyce também animaram a noite.


On this show we featured Brazilian singersongwriter living in Toronto Luanda Jones talking about his new project and talking a little bit about her musical history. Besides her we had Gal Costa, Ivete Sangalo and Joyce to round up the night.


Wanda Sá - Tem dó           
Joyce - Tiro cruzado
Rappin' Hood e Caetano Veloso - Rap du bom (Parte Odara)           
Gal Costa - Azul           
Sambista de fé - Galocantô
Luanda Jones - Se segura                                               
Ed Motta - Minha vida toda com você
Ivete Sangalo - Empurra empurra

Vem aí

English

A convidada do Brazil Vital, Luanda Jones, canta na quarta-feira (14 de dezembro) com Sinal Aberto, um quinteto de jazz com músicos brasileiros e do Canadá. O grupo traz uma abordagem de jazz a um repertório composto de clássicos da música brasileira de Antonio Carlos Jobim, Chico Buarque, Djavan, Pixinguinha, Cartola e outros, bem como vibrantes composições originais de membros da banda como Gordon Sheard e a própria Luanda.

21:00 hs no Trane Studio, 964 Bathurst St.



A dupla Sintonia Carioca toca seu samba suíngue no sábado (17 de dezembro) no La Romana (1206 St. Clair Avenue).



E no domingo, 18 de dezembro, o Lounge Lula apresenta Tio Chorinho e Maria Bonita e Banda tocando forró.

08:00 às Lula Lounge, 1585 Dundas Street West.

December 4, 2011

Playlist December 03, 2011



Brazil Vital Dancin’ Days super dançante com batidas do samba ao funk, ainda novidades e velhos favoritos. E a artista Solange Escostesguy falando sobre o as palestras do Café com Letras.

Brazil Vital Dancin 'Days with dance beats from samba to funk, plus new songs and old favorites. And artist Solange Escostesguy talking about the talks at Café com Letras

Democústico - Vagalume Gilles Peterson Brazilika
Sergio Mendes - Acode (com Vanessa da Mata)           
Ritmos Machine - Brazil
Superhuman Happiness + Cults - Um canto de afoxé para o bloco do Ilê (Red Hot + Rio 2)
Gaby Amarantos - Xirley
Ney Matogrosso - Não existe pecado ao sul do equador           
Sapoty da Mangueira - Samba portador da alegria
Daúde - Casa caiada (Guip de Vomes remix)           
Lulu Santos - Se você pensa           
Seu Jorge - Olê olê           
A Bossa Elétrica - Veja o sol (Spiritual South remix)           
Beth Carvalho - Vou festejar (DJ Zé Pedro remix)            

December 1, 2011

Tecnobrega: O Visual de um Ritmo

English
Gaby Amarantos em sua cozinha
O tecnobrega está se espalhando e se tornando a nova sensação do país. Nascido nas “festas de aparelhagem” de Belém do Pará, a combinação de batidas eletrônicas e letras bregas num ritmo de carimbó encontrou um lar perfeito nas periferias do Brasil a fora e agora se esbalda na ironia dos centros urbanos do sudeste.

Espaçoso e vibrante, o tecnobrega acomoda divas cujo brilho vai do fabuloso ao brega, e quanto mais melhor. Gaby Amarantos é a estrela maior do tecnobrega. Sua versão de Águas de Março de Tom Jobim é um sucesso na internet (e seu co-produtor, o  DJ João Brasil, está preparando a trilha sonora oficial da queima de fogos do Réveillon do Rio de 2012.) Aqui o esperto clipe de Xirley.



A banda paulista ganhou o prêmio popular da MTV esse ano com seu vídeo pra pá lá de tecnobrega Shake de Amor.



O look tecnobrega já se espalha também por outros ritmos, mais um sinal de sua influência (ou perniciosidade). A rapper e MC Flora Matos traduz o tecnobrega para um set mais urbano.



Pra não restar dúvida do alcance do tecnobrega, ele já chegou à Alemanha underground e inspirou o grupo Schlachthofbronx a fazer um carimbó.



E tudo bem, Cansei de Ser Sexy não toca tecnobrega propriamente, mas a banda encarna bem o conceito – e talvez seja essa a razão de seu sucesso no exterior. Aqui vai o último do CSS, já sem o fundador Adriano Cintra, que saiu banda recentemente, deixando Lovefoxx soltar sua diva punktecnobrega.