April 18, 2011

Adriana Calcanhotto – O Micróbio do Samba

Adriana Calcanhotto já vinha flertando com o samba há algum tempo. Na verdade, segundo a gaúcha, samba sempre foi a origem de sua música, embora isso nem sempre seja muito evidente em sua discografia. Finalmente, Adriana reune 12 sambas de sua autoria em um só disco e se diz infectada pelo ritmo. Infelizmente a infecção foi apenas por uma vertente do samba, que ela mantém em quase todas as músicas, reduzindo o ritmo a uma batida minimalista, quase bossa nova, de tom geralmente melancólico. O micróbio que ela pegou parece ter vindo na “Água de Beber”, cuja estrutura rítmica permeia todo o disco, com excessão de uma marchinha. Suas letras continuam inteligentes, poéticas e inteiramente originais, o que impede as canções de se tornarem o que todo bom samba é: universal e democrático. Como disco da Adriana Calcanhotto, bastante bom; como disco de samba, não convence. Destaque para "Beijo Sem", que Calcanhotto fez para Marisa Monte (e cuja versão com Teresa Cristina é de arrepiar.)
Adriana Calcanhotto has been flirting with samba for some time. In fact, according to her, samba has always been the source of her music, although this is not always very evident in her discography. Finally, Adriana brings together 12 of her own sambas in a single album and says she became infected by the samba pace. Unfortunately, the infection was only by one vein of samba, which she keeps in almost every song, slowed down to a minimalist beat, almost bossa nova, often melancholic in tone. The microbe that she seems to have caught was in the "Água de Beber” (Water to Drink) whose rhythmic structure pervades the entire disc, with the exception of a marchinha. Her lyrics are still intelligent, poetic and entirely original, which prevents the songs from becoming what any good samba is: universal and democratic. As an Adriana Calcanhotto album, not bad; as a samba album, a bit unconvincing.

No comments: